FICWALLMAPU 2017 abre convocatória para audiovisuais sobre povos originários

postado em 06/06/2017


Filmes de Abya Yala (América) e do mundo que abordam temáticas indígenas podem ser inscritos até 30 de junho para participar do evento de cinema e comunicação mais relevante do território Mapuche. Nesto ano, o Ficwallmapu será realizado entre os dias 17 e 21 de outubro na cidade de Temuco-Ngulumapu.

Convocatoria Ficwallmapu 2017 from Ficwallmapu on Vimeo.

A cidade de Rosário, na Puelmapu (Argentina) foi o local escolhido para divulgar as regras, prêmios, critérios e categorias estabelecidas para inscrições de filmes de um dos eventos culturais mais importantes da região, que há três anos acontece na Argentina e no Chile.

A convocatória, aberta e gratuita, é destinada a realizadores/as que trabalham com temas indígenas. Cujo conteúdo reflita e reforce os direitos, expressões culturais, processos organizacionais, preservação de costumes e o exercício dos direitos de liberdade a comunicação dos Povos Indígenas.

Sobre os critérios de seleção Jeannette Paillan, diretora do Festival, chama a atenção para a importância de incluir “materiais para ajudar a tirar os povos indígenas de essa conjuntura tão vermelha e televisiva, e poder perceber o que eles estão fazendo desde diferentes áreas para revitalizar a cultura”. Assim, o convite para aplicar também é um desafio para inovar as propostas. Ao garantir que os participantes irão “ver expressões artísticas associados a outros formatos, como animação ou experimental”, destacou a também documentarista mapuche.

Os trabalhos selecionados farão parte da Mostra Oficial do Festival e, no caso de ser reconhecido pelo Júri Internacional, serão incluídos em um DVD que vai circular e ser difundido gratuitamente em sessões itinerárias por diferentes territórios, comunidades e estabelecimentos de ensino, de bairros e comunitários, com a finalidade de mobilizar aos filmes relevantes para os povos originários.

Em coerência com a oralidade da cultura Mapuche, FICWALLMAPU é um espaço que transcende o ato de assistir filmes. Portanto, durante a semana de 17 ao 21 de outubro serão realizadas oficinas (Mapulab) e um Fórum de Comunicação Indígena, além dos característicos debates após cada mostra. Sob o entendimento de que “o cinema, e a arte em geral, dão oportunidade de desenvolvimento e outras perspectivas de diálogos sobre temas que, por vezes, são incômodos para algumas pessoas”, aponta Loreto Bustos, produtora do evento.

Apesar das dificuldades para cobrir o evento, Loreto observa que até agora a aposta tem sido “democratizar o acesso à cultura e levá-la para outros lugares, com inscrições e acesso liberado”. Portanto, “é um trabalho que é feito muita força com a energia de pessoas que estão interessadas no assunto e considera que esta é uma contribuição para a região“, referindo-se ao trabalho voluntário de pessoas de Araucanía, norte do Chile e de outros países, muitos da rede da Coordenadora Latino-americano de Cinema e Comunicação dos Povos Indígenas (CLACPI) com os quais têm cooperação mútua.

Embora o Festival não seja definido como competitivo, aprecia o compromisso de que os filmes selecionados tenham os povos representados. Razão pela qual o jurado destacará as propostas audiovisuais para as seguintes áreas: direitos das mulheres indígenas; Defesa do Território; Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas; Contribuição para a identidade indígena; Melhor Ficção; Melhor Documentário; Melhor Curta (até 15 minutos); Melhor Série de TV; Contribuições para as novas linguagens audiovisuais indígenas; Filme e Vídeo indígena pichikeche (infantil).

Graças a parcerias nacionais e internacionais dois prêmios são garantidos, com possibilidade de se somarem mais. O primeira é do Departamento de Assuntos Culturais (Dirac) ao melhor cineasta indígena, que irá viajar para a Guatemala para o XIII Festival Internacional de Cinema e Vídeo dos Povos Indígenas Ficmayab 2018; o segundo, premiará pelo segundo ano a melhor obra de Wallmapu com uma bolsa de especialização na Escola Internacional de Cinema e Televisão de Cuba.

Incentivo que no ano passado destacou o curta animado, Nahuel, una leyenda mapuche, o jovem cineasta Jesús Sánchez. Em respeito, o autor observa que “foi uma excelente plataforma para divulgar o nosso trabalho, além de ser um importante impulso para continuar a criar e explorar novas obras, promovendo a linguagem e técnicas já usadas” referindo-se a preparação e animação de fantoches que deu vida aos personagens do tradicional Epew (fábulas mapuche).

Para inscrever seus trabalhos os/as cineastas devem preencher a ficha disponível no site ou através da plataforma internacional Festhome.

Fonte: FICWALLMAPU

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