O Aglomerado da Serra que Belo Horizonte Esqueceu
Brasil, Belo Horizonte, Aglomerado da Serra. 2 maior conjunto de favelas da América Latina. 80 mil pessoas subindo e descendo os morros da Serra todos os dias. Mas hoje, o Aglomerado da Serra toma as ruas da cidade com milhares de motos. É um protesto”felizmente“pela paz. Um jovem e seu tio, dois trabalhadores, pessoas simples e queridas na comunidade foram assassinados cruelmente pela Policia Militar do Estado de Minas Gerais. Mas uma grande festa acontece no Aglomerado. É a forma que encontraram para mostrar a cidade, ao Brasil e ao mundo, que são gente de bem, lutando por um lugar ao sol, pela Paz. Nenhum político, imprensa local, ninguém aparece, e o evento com sorteio de uma moto e prêmios, é organizado pelos próprios moradores, comerciantes locais e voluntários da ONG Paz na Serra. 20 mil pessoas reunidas e ao final, muita alegria, amor e nenhuma ocorrência de briga ou violência.
A comunidade acaba de ter seu projeto cultural; o filme, Cafezal: Amor e Esperança, recusado pela prefeitura local. A equipe do prefeito Márcio Lacerda julgou inviável a realização do projeto, que iria gerar renda e conhecimento para a comunidade e se negou a colaborar com recursos mínimos para a realização do projeto. O presidente da Camara municipal da cidade de Belo Horizonte, também não recebe os representantes da comunidade.
Corrupção, descaso e abandono fazem parte do dia a dia das comunidades de periferia em todo 3 mundo.
Tema: COMPORTAMIENTO
Tags: comportamento, corrupção, cultura, favela
FICHA TÉCNICA
País: Brasil
Duração: 15'
Diretor: Rodrigo Valle
Produtor: Camarela Studios
Ano: 2011
Filmografia do
Diretor:
FOTOGRAFIA/VÍDEO
Rodrigo Valle iniciou sua experiência fotográfica ainda na infância, utilizando vários formatos ao longo de sua carreira. Como fotógrafo profissional realizou trabalhos para diversos jornais e revistas brasileiras, especialmente na área de moda e ambiental. Participação em mostras internacionais de fotografia na Espanha, Japão e EUA. Dirigiu e produziu vídeos institucionais e trabalhos fotográficos para diversas empresas dentre elas a Rede Ferroviária Federal, Cenibra - Celulose Nipo-Brasileira,Yamaha, dentre outras. Dedica-se atualmente a trabalhos de vídeo, produção de trilhas e fotografia digital, com especialização nos últimos anos, na área ambiental, trabalhos produzidos pelo CAMARELA STUDIOS de sua propriedade em BH/MG.
VIDEOGRAFIA AMBIENTAL 2008/2009
-Videoclipe “Dança”(finalista festCineAmazonia 2008 - Festival Internacional de cinema Ambiental da Amazonia) Cat. Experimental.
- Quanto Vale a nossa Fé? ”(finalista festCineAmazonia-2008-Festival Internacional de cinema Ambiental da Amazonia) Cat. Documentário.
- Que o Espírito da Água me possua... (c/Danielle Miterrand e Ailton Krenak)
- Conceição: Guarde nos Olhos...(finalista 8ª mostra internacional de filmes de montanha - RJ 2008)
- Itaberabussu, Serra da Piedade...
- Conceição: Guarde nos Olhos II...
- Brasil 2020: I’m in, Tô dentro!
- Conceição: Guarde nos Olhos III – Mumbuca Afro-Festival
Participação especial com a série Conceição: Guarde nos Olhos e Brasil 2020 na Mostra Latino Americana de Vídeo Ativismo no Palácio das Artes/Sala Humberto Mauro – BH/MG/abril/maio/2010.
-Menção Honrosa Concurso fotográfico Olhar Pampulha – Cat. Profissional
Comentário do Diretor: Diante de tanta riqueza, diversidade cultural e possibilidade, se encontra do outro lado o descaso e a corrupção de nossos governantes. É realmente impressionante o que está acontecendo por aqui.
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Colectivo
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Excelente trabalho.
Parabéns a todos os organizadores e participantes. Eu acredito no potencial de todo povo que é tido como excluído.Até porque, estar na marginal não significa ser menor. Chorei ao assistir o evento PAZ NA SERRA. Não nos dispersemos, vamos de mãos dadas. Como disse o grande poeta Carlos Drumond de Andrade. Mais uma vez, meus parabéns.
Muito legal a iniciativa. Vocês mostraram o outro lado da favela que a maioria de nós brasileiros desconhecemos. A mídia se concentra tanto em mostrar o lado ruim da favela: reino, morada e/ou esconderijo de traficantes de drogas ilícitas e entorpecentes, que acabamos nos esquecendo de que a favela também é morada de gente de bem, brasileiros trabalhadores, honestos e alegres que só moram na favela porque suas condições financeiras os obrigam. Interessante é que a maioria dos marginalizados é da raça negra. Mais interessante ainda é o fato de muitos negros não aceitarem sua própria cor, sendo mais racistas e preconceituosos do que os próprios brancos. As moças que aparecem nesse vídeo se apresentando como candidatas a um marido são negras, no entanto, dentre várias características (alto, com moto, etc.), lá está a exigência da cor da pele: «… e branco, tá!», disse uma das moças. Eu sou negra, preta, como gosto de dizer, e tenho orgulho de ser negra! A sociedade racista vê os negros como pessoas pobres, sujas, mal cheirosas, analfabetas, ladrões, traficantes, perigosos, etc. Existem muitos brancos com tais características, mas só os negros que as possuem são realmente notados. Diante dessas circunstâncias, por ser negra, e por causa do orgulho que sinto pela minha cor, tento andar na contramão dessas características. Sou negra e pobre, mas um dia vou ser rica, se vou! Minha história de vida também dá um documentário! Só nunca morei na favela, pois sou do interior. Cidades pequenas não possuem favelas. Sou negra, mas só ando limpinha e cheirosa, minha casa é super limpa, lavo até as lixeiras, que são branquinhas para denotar limpeza, indo contra o estereótipo de que negros são sujos e fedidos. Sou de origem pobre, filha de pescador e dona de casa. Comecei a trabalhar ainda criança vendendo peixes, cheiro verde, bananas, etc., nas ruas da minha cidade com um carrinho-de-mão ou bacia na cabeça. Aos 15 anos comecei a trabalhar como doméstica. Aos 26 tomei posse do meu primeiro emprego em uma empresa, conquistado num concurso público. Eu sonhava sair de casa de família e trabalhar num empresa. Atualmente ocupo o meu terceiro cargo público, todos conquistados através de concurso público. Lutei para conseguir uma bolsa de Direito pelo Prouni. Sempre estudei em escola pública e com bolsas doadas pelo governo. Posso dizer por experiência própria, que, atualmente, só não estuda quem não quer! Balela a história de quem diz que parou de estudar para trabalhar, pois sempre estudei e trabalhei concomitantemente. É difícil, mas não é impossível! Só as pessoas que têm um alvo definido e estão dispostas a alcançá-lo são capazes de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Vou ser advogada e, se Deus permitir, promotora de justiça ou juíza de direito. Essa é a imagem de pessoa negra que eu quero mostrar: uma negra vencedora, que apesar de ser negra, não possui as características supracitadas estereotipadas por pessoas racistas. Se todos os negros pensassem e agissem igual a mim, passariam necessidade (como eu já passei), estudariam com dificuldades, mas não usariam nem venderiam drogas e não praticariam crimes (homicídios, furtos, roubos, etc.). A única desvantagem disso é que o racismo não se extinguiria, apenas seria invertido: o branco que praticasse tais coisas sujaria o nome de sua própria raça e a raça branca seria repudiada e marginalizada assim como acorre com os negros. Aqui deixo o meu recado para os jovens da favela: «A vida não é fácil, ser negro nesse mundo racista não é fácil, vencer na vida de forma honesta não é fácil, mas também não é impossível! A educação é a solução!»
Muito rico!!! Parabéns pelo documentário!!
Reportagem feita por mim e mais dois colegas sobre o Aglomerado da Serra.
http://pt.scribd.com/mobile/doc/169065757