Alice Riff fala sobre participação na Coleção EducaDoc e lançamento do seu primeiro longa-metragem

postado em 17/11/2017


Com temas ligados à juventude e aos direitos humanos, a cineasta Alice Riff está presente na Coleção EducaDoc com o documentário “100% Boliviano, Mano” (2013), também dirigido por Luciano Onça. Considerado o Melhor Filme Educativo pelo Festival Entretodos de Direitos Humanos, o curta-metragem integra o eixo Direitos Humanos da Coleção. Questões como bullying, migração e manifestações culturais são alguns dos temas levantados neste documentário.

Nesta entrevista, Alice fala sobre as discussões levantadas neste curta-metragem e sobre a expectativa em relação à Coleção EducaDoc. Também aproveitamos para saber um pouco mais sobre o seu primeiro documentário longa-metragem “Meu Corpo é Político”, que estreia comercialmente no Brasil no próximo 30 de novembro.

1 – Alice, o teu filme e do Luciano Onça, “100% Boliviano, Mano” (2013), trata sobre a imigração. Qual a importância das crianças e jovens participarem dessa reflexão e debate?

Alice Riff – O primeiro espaço que o jovem imigrante acessa quando chega em um novo país é a escola. É o primeiro espaço de integração entre brasileiros e imigrantes. Muitas vezes, por a escola não preparar esse contato, não explorar as diferenças culturais e de línguas e não introduzir o estudante imigrante com cuidado, os alunos não os recebem bem, mas, sim, com preconceitos e ações de exclusão. É o que acontece com os bolivianos que acompanhei, que estudam nas escolas públicas do Bom Retiro. O bullying é muito forte. Por isso é importante trabalhar este tema com jovens e crianças.

2- O que significa ter um filme fazendo parte da Coleção EducaDoc selecionado junto a outros 19 para serem distribuídos em escolas?

Alice Riff – É muito gratificante e importante pelo fato do filme continuar sendo passado e discutido, principalmente em espaços de construção de pensamento como é o ambiente escolar. É um filme que se aproxima de um jovem e busca compreendê-lo, sua história, seus sonhos e desejos. A partir do momento que outras crianças entram em contato com essa história, elas acabam se aproximando de outros estudantes imigrantes, outros jovens diferentes delas que, até então, elas poderiam não ter tido curiosidade e agora passam a ter. O outro lado também acontece: passar “100% Boliviano, Mano” em uma escola com alunos imigrantes imagino ser muito bom para os próprios alunos imigrantes, que se sentirão representados a partir da história do personagem do filme.

3 – De que maneiras a presença do cinema na escola pode ser enriquecedora?

Alice Riff – O cinema é capaz de levar outros mundos e reflexões para dentro da escola e assim repensar conceitos e ações. É uma importante ferramenta de construção do sujeito enquanto cidadão, de construção de cidadania e de uma vida em sociedade mais justa.

4- Você poderia comentar um pouco sobre o seu filme que será lançado neste ano “Meu corpo é Político”? Já tem uma previsão da data de lançamento?

Alice Riff – O filme será lançado em circuito comercial em 30 de novembro. Ele estreou em abril e desde então tem viajado pelo mundo e pelo Brasil e tido uma ótima aceitação do público, com debates interessantes que mostram muito envolvimento com o filme. É um filme que se soma à militância trans na luta para que os direitos sejam respeitados. É um filme que deve passar muito em escolas também. Quero trabalhar muito para que isso aconteça. A evasão escolar de crianças transexuais é gigante por conta do despreparo dos profissionais e de toda a comunidade.

SOBRE A COLEÇÃO EDUCADOC

É a primeira Coleção em DVDs do CurtaDoc com 20 curtas-metragens voltados à Educação com lançamento no começo de 2018. Os filmes foram escolhidos com base no nosso acervo online e, a partir de uma primeira curadoria da equipe CurtaDoc, nossos parceiros do Núcleo de Estudos da Infância, Comunicação, Cultura e Arte (NICA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trabalharam na seleção final e na composição do Caderno Pedagógico com possíveis mediações pedagógicas para cada um dos filmes.

A seleção está organizada em quatro eixos temáticos: Direitos Humanos, Arte e Literatura, Política e Memória, Diversidade Brasileira. Uma tiragem inicial de mil cópias será distribuída para educadores de todo o país. Este projeto é realizado com os recursos da Lei Rouanet do Ministério da Cultura e tem como patrocinadores as empresas Parati, Oxford, Tigre/Instituto Carlos Roberto Hansen.

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