Diretor do FECIPA fala sobre o documentário e o cinema na educação
postado em 06/04/2017
Ao longo desta semana, até 9 de abril, acontece a VII edição do Festival de Cinema Patagônia Aysén (FECIPA) no Centro Cultural de Coyhaique, no Chile. A programação conta com competições de curtas e longas-metragens, além de uma mostra de cinema chileno. Nesta edição, ganha destaque a trajetória do ator nacional de cinema, teatro e televisão, Patricio Contreras, através de uma seleção de filmes nos quais ele participou.
O CurtaDoc destacou algumas questões do Festival para conversar com o diretor do FECIPA, Marcelo Becerra Parra, como, por exemplo, as discussões sobre o documentário no Chile e, também, a importância de discutir o cinema e a educação.
CurtaDoc – Quais são os principais temas do VII Festival de Cinema Patagônia Aysén?
Marcelo Becerra Parra – FECIPA 7 é um festival que coloca sua ênfase em produções do extremo sul do continente. Enquanto festival da patagônia pretende se consolidar como uma plataforma para a exibição e produção audiovisual, que permita ampliar os públicos e os canais de distribuições destes trabalhos. Um dos nossos objetivos é ultrapassar os limites de distribuição que permitam ao público conhecer os trabalhos que são realizados nos nossos países, assim como incentivar a coprodução cinematográfica.
Grande parte dos filmes nas competições e mostras são documentários. O que isso pode nos dizer sobre a produção de cinema no Chile e na América do Sul?
MBP – O cinema documental ganhou espaço a nível de audiência, pelo menos no Chile. Iniciativas de exibição e novas plataformas têm facilitado o acesso de um público que reconhece a qualidade dos novos trabalhos, suas possibilidades narrativas, a incorporação de novos recursos técnicos e a sua contribuição para a compreensão do país, do povo, dos territórios e das problemáticas. No FECIPA, a produção documental constitui um eixo de desenvolvimento do cinema, que, olhando o trabalho de grandes criadores nacionais, busca outros caminhos para as crescentes produções dos novos cineastas.
Uma das oficinas oferecidas é sobre a valorização e produção de documentários. Quais são as discussões atuais sobre o gênero na Patagônia e no Chile?
MBP – Hoje se fazem perguntas sobre os limites do documentário, as suas possibilidades de narrativas, sobre o uso de imagens dadas as novas plataformas de distribuição, tais como mecanismos de controle e novos formatos feitos em parceria com os meios de comunicação ou de pesquisa.
Outra questão importante que está presente no FECIPA 7 é a educação e o cinema. Uma das oficinas vai compartilhar a experiência do Festival Ojo de Pescado, também do Chile, na realização de oficinas audiovisuais em diferentes territórios e contextos educativos. Poderias nos contar sobre os motivos de compartilhar essa experiência?
MBP – Particularmente, nos interessam as possibilidades do audiovisual e do cinema com as plataformas educacionais. Por meio das nossas parcerias e do próprio trabalho do FECIPA, buscamos formar uma linha de trabalho destinada a novos públicos. Acreditamos que existe uma possibilidade de intervenção sociocomunitária, assim como acreditamos na importância de incluir um eixo de desenvolvimento artístico na escola e na academia. O FECIPA forma alianças nestas áreas.
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