Documentário em debate

postado em 09/04/2013


No final de junho, o cineasta e montador Eduardo Escorel publicou em seu blog Questões Cinematográficas, da Revista Piauí, uma visão inquietante quanto à rentabilidade do documentário brasileiro. Escorel comentou o baixo número de espectadores que o gênero leva às salas de cinema todos os anos, mesmo com a crescente e intensa produção de documentários. O texto termina pontuando uma preocupação do cineasta, que lamenta a dependência vital de recursos incentivados e uma suposta crise que a cultura do documentário pode estar atravessando. (Leia aqui o texto na íntegra)

Na semana seguinte, Amir Labaki, diretor do festival É Tudo Verdade, repercutiu o texto de Escorel em sua coluna no jornal Valor Econômico. Labaki é incisivo ao apontar os méritos e falhas nos argumentos de seu interlocutor. Enquanto seria indiscutível o mau desempenho nas bilheterias, o estímulo obtido pelo documentário como fenômeno cultural estaria mais ligado a méritos como reconhecimento de crítica e repercussão entre o meio acadêmico, por exemplo. E sua fatia correspondente de mercado, argumenta, seria atrelada ao que convencionou-se chamar “cinema de arte”, que também inclue outros nichos de produção, como o cinema europeu e asiático e o filme nacional desligado de apoio corporativo (como, conforme cita Amir, da Globo Filmes).

A discussão é bastante interessante para se pensar na responsabilidade que as leis de incentivo têm sobre a produção documental e como e por quê o público não acompanha essa tal tendência no audiovisual nacional, a cultura do documentário.

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Tags: amir labaki, discussão, eduardo escorel

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