La Latina entrevista Kátia Klock sobre o CurtaDoc

postado em 23/08/2013


Camila Moraes, de La Latina

Reclamamos da falta de espaço do cinema latino-americano nas telas do Brasil e do resto da região, em especial do documentário. Mas há iniciativas rolando há algum tempo, importantes, decisivas e que merecem exposição cada vez maior.

Está aí o CurtaDoc pra provar. É um espaço totalmente dedicado aos curtas documentais desde 2009 na TV e, desde 2011, conta com um acervo online. No último ano, a plataforma deixou de se concentrar apenas na produção brasileira e abriu os braços pra América Latina.

Kátia Klock, diretora de conteúdo da Contraponto, a produtora responsável, falou ao La Latina sobre as motivações do projeto e sobre a terceira convocatória para receber mini docs latinos até o final deste agosto.

Confira o papo e visite: curtadoc.tv.

Em que contexto surge o CurtaDoc e com que motivações?

O CurtaDoc surgiu em 2009 como um programa para o SescTV. Nós somos produtores de documentários desde os anos 1990 e sempre estamos buscando uma janela de exibição para nossos filmes. Nessa vontade de encontrar novos caminhos, criamos o programa e, quase em paralelo, montamos o canal na internet, com a possibilidade de construir um acervo audiovisual e uma rede, conversando com a América Latina.

Que balanço de público e conteúdo você faz dos anos que leva o projeto?

O programa de TV dá as regras da produção do CurtaDoc. O que vai de conteúdo produzido para o acervo é um desdobramento do que é exibido no SescTV. Estamos em cinco dias da semana na grade da TV, com programas inéditos e reprises. Já produzimos 89 episódios, exibimos 300 curtas brasileiros. Iniciamos agora a produção da terceira temporada, que terá mais 170 curtas, agora latino-americanos, em exibição nos 52 episódios. Nesses quatro anos entrevistamos mais de 250 profissionais, entre diretores, montadores, fotógrafos, produtores, críticos e professores. O CurtaDoc é um dos programas com mais audiência do SescTV, segundo pesquisa do canal. Somos suspeitos para falar! No site, ultrapassamos a marca de mil documentários no acervo, sendo 150 de outros países, e temos uma média de cinco mil visitas por mês. Nosso público maior está no Brasil, mas aos poucos vamos estreitando as relações com os vizinhos.

Essa é a terceira edição, dedicada integralmente à América Latina. Por que, a seu ver, é relevante fazer esse recorte neste momento? Curtas latinos já faziam parte das seleções de antes?

Faz pouco mais de um ano que abrimos o site do CurtaDoc para a América Latina, porque já buscávamos esse diálogo e essa interação através da web com os produtores do continente. Sabemos que nossos idiomas diferentes ainda são barreiras, mas estamos na era dos encontros, da democratização dos acessos e da valorização de nosso patrimônio imaterial. O recorte para a composição de um acervo documental é também uma forma de viajar pelas veias abertas da América Latina, no sentido mais literal daquilo que chamamos de vida real.

Aonde vocês pretendem chegar com o CurtaDoc?

O CurtaDoc nasceu com a proposta de ser um projeto multiplataforma. De programa de TV para acervo online, um meio de convergência para uma rede de realizadores e interessados em documentário. No SescTV ele é um espaço de exibição e distribuição do curta documentário, e de discussões temáticas e sobre a produção. Já na web o CurtaDoc, além de exibir, torna-se um lugar para armazenar nossa memória audiovisual, que é um bem imaterial, e para difundir a cultura do documentário. Pensamos em desdobramentos, criamos há pouco um prêmio no FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul), o que pode acontecer em outros festivais. E quem sabe logo mais promover o próprio festival, online ou não… São planos.

Como vai a resposta à convocatória até o momento?

Recebemos até agora 450 novas inscrições, a maioria ainda é de realizadores brasileiros. Mas temos uma participação bacana da Argentina (55 curtas), do Chile (16), do Peru (10), de Cuba (8), da Colômbia, da Costa Rica (com 7 documentários cada) e de quase todos os países latino-americanos. Queremos mais. Até o final de agosto estaremos na composição dos programas, o que chegar até lá poderá estar seleção.

Fonte:  La Latina – http://www.lalatina.com.br/wp/entrevista-katia-klock-apresenta-o-curtadoc-que-convoca-realizadores-latinos/

 

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