Documentários e curta metragens brasileiros e latino-americano

Prêmios:
- "Primer Premio Concurso de Curta Metragem" XIII - SGAE Versão Espanhola. TVE. Espanha 2012 - "Gran Prêmio" Festival Signes de Nuit. Paris Francia 2012 - "Melhor Documentário Latinoamericano", "Premio do Público", "Premio a - "Melhor Obra Feita por uma Mulher" . Festival Internacional de Curta Metragem de São Paulo. Brasil. 2011 - "Grand Prix" DIFF, Festival Internacional de Viña del Mar. Chile. 2011 - "Melhor Documentário" . Festival Internacional de Cine de Martil. Marruecos 2011. - "Melhor Documentário" . Festival Internacional de Monterrey. México. 2011 - "Menção Especial do Jury". Festival Internacional de Cine de Huesca. Espanha 2011 - "Menção Especial do Jury". Festival Internacional de Cine de Kracow. Polonia 2011 - "Menção Especial do Juri" Festival Miradas-Doc 2010.Tenerife, Espanha - "Menção Especial do Jury". Festival Internacional de Cine de Lebú. Chile 2011  - "Primer Premio" . Festival Imago. Cuba 2011 - "Prêmio Wanda Visión" "Prêmio Especial do Juri "Prêmio de Melhor Roteiro" " Premio melhor Direção de Arte" Mostra de Jovens Realizadores 2010, Havana, Cuba  -?Prêmio da Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV) Mostra de Jovens Realizadores 2010

Festivais:
- Seleção Oficial na Competição Internacional do Festival de Curtametragens de Clermont-Ferrant. France 2011 - Seleção Oficial na Competição Internacional do Festival de Cinema de Biarritz. France 2011 Participó em "Encontros de Cinema Latinoamericano de Toulouse" em duas ocasiões, sendo a segunda como filme invitado. Francia 2011 é 2012 Seleção Oficial na Competição Internacional do Festival Indie Lisboa. Portugal

Comentário do Diretor: Sempre gostei de olhar as pessoas, nas ruas, no ônibus, brincando de advinhar os seus segredos. É para mim um exercício quotidiano buscar nos comportamentos humanos as marcas de uma sociedade que, de forma invisível, nos dirige. Com O Mundo de Raúl, buscamos dar voz a um indivíduo, torná-lo mesmo o portavoz de um fenômeno muito comum nas ruas de Havana, o voyerismo. A câmara impassível não se manifesta perante o absurdo da situação narrada, busca mostrar sem emitir juízos. Minha intenção com o filme era aproximar-me do “outro” evitando todo e qualquer preconceito, movida pela curiosidade, por uma vontade de conhecer e de relatar histórias que por terminam por completar-me. Assim, cada processo de realização é uma oportunidade para encontrar-me e assombrar-me com novas realidades. O Mundo de Raúl não é uma exceção, é um filme retrato que busca tocar no complexo mundo do desejo. O filme se propõe a indagar sobre a condição humana, dissecar cinematograficamente a natureza taciturna de um ser excepcional, fora do comum, que nos abriu suas portas movido por uma vontade de explicar-se, de justificar suas atitudes. Num primeiro encontro, Raúl nos pareceu um homem “normal”, modelo de filho e trabalhador. Um homem calado, solitário, tímido, até mesmo religioso… mas Raúl é também uma aberrado sexual, que perturba as mulheres da localidade com seu comportamento. Depois de dois meses convivendo com ele (durante as filmagens), e de assistir ao documentãrio mais de cem vezes, não nos atrevemos a qualificá-lo como um “homem mau”. Tampouco nos atrevemos a afirmar que é uma vítima. Continuamos nos sentindo incapazes de defendê-lo, e sem argumentos para acusá-lo… E o filme tão somente nos tem servido para nos liberarmos de superficiais juízos de valor, para ter a tolerância de observar e de continuar nos perguntando: por qué? O documentário surge da concretização do íntimo, da elaboração de uma geografia existencial em que o público, o coletivo, o moralmente correto se submetem ao indivíduo. Também procuramos criar uma abertura para o diálogo, uma oportunidade para escutar o que “os outros têm para nos dizer”. E acreditamos que o essencial está aí, na elaboração de um espaço fílmico a partir do qual se possibilite o acesso ao que nos parece alheio, estranho. No interior deste espaço, no choque entre Personagem e Espectador, começa a verdadeira história. O Mundo de Raúl é um ensaio sobre o atroz do desejo e o abominável da culpa. E, entre a fissura da intimidade e a performance do quotidiano, o filme propõe um olhar também sobre a sociedade cubana, que com seu desatinado esforço no sentido de reprimir a sexualidade explícita (tais como revistas e filmes pornográficos) termina potencializando condutas ancoradas no proibido.